Técnicos do governo que vêm defendendo a nova política industrial lançada em 22 de janeiro contam com os apoios políticos de Lula e de vários ministros. Por razões óbvias, os que mais dedicam tempo à divulgação de dados e explicações são o vice-presidente Geraldo Alckmin, o titular do MDIC, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o presidente do BNDES Aloizio Mercadante. Além dos integrantes do primeiro escalão do governo, esses técnicos têm procurado mostrar que a previsão de crédito direcionado do BNDES é de R$ 58 bilhões, em quatro anos, volume muito menor do que o Plano Safra tem em apenas um ano: R$ 300 bilhões. Se taxas de juros equalizadas pelo Tesouro para o agronegócio não sofrem oposição, a Nova Indústria Brasil (NIB) merece o mesmo tratamento na avaliação desses técnicos. Os R$ 58 bilhões das linhas de crédito com taxa de juro direcionada do BNDES têm R$ 21 bilhões na linha de inovação TR, R$ 8 bilhões no fundo clima (taxa definida pelo CMN em 6,15%), R$ 4 bilhões do FUST (administrado pelo BNDES com TR) e R$ 25 bilhões das linhas do Plano Safra operadas pelo BNDES (equalização pelo Tesouro para bens de capital).
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Kayo Sousa, MCom