O ato da Receita Federal que mudou a interpretação da tributação sobre a renda de integrantes de organizações religiosas não foi movimento rotineiro de auditores fiscais sem o conhecimento do secretário e do ministro. Fernando Haddad comentou hoje, pela primeira vez, a polêmica que provocou a ira da bancada evangélica. Falando aos jornalistas ao lado do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), o ministro informou que foi criado um grupo de trabalho com a AGU e com o TCU para definir rapidamente o caso. O objetivo é despolitizar a discussão e interpretar o texto da lei de forma que os auditores fiscais evitem atos de improbidade administrativa. Haddad ressaltou que o ato da Receita suspendeu a norma anterior. Portanto, ela não foi revogada nem convalidada expressamente. O ministro comentou que a Receita Federal, assim como o Banco Central, são órgãos de Estado que não atuam para servir ao governo. Hoje foi feita a primeira reunião de Haddad e dos secretários Dario Durigan (Executiva) e Robinson Barreirinhas (Receita) com parlamentares da bancada evangélica. Além de Crivella, participaram Silas Câmara (Republicanos-AM), David Soares (União-SP) e Marcos Soares (União-RJ).
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Gustavo Raniere, Ministério da Fazenda