A reunião ontem entre ministros e Bolsonaro serviu para deixar claro que o presidente não apoia a ideia do fundo de estabilização, estudado pelo governo desde 2020 e defendida por Bento Albuquerque e Rogério Marinho. A Economia já era contrária a ideia por entender que seria um mecanismo muito caro para um impacto muito baixo. A reclamação de Bolsonaro sobre o fundo tem motivação eleitoral: o governo venderia uma solução de ‘resolver’ a alta dos combustíveis que não seria entregue, já que o fundo ajudaria a suavizar a alta e não reduzir preços. Por outro lado, a ideia de cortar tributos sem a compensação segue em avaliação pelo Executivo. O foco deve ser o diesel pelo impacto do combustível em serviços, comércio e alimentos e, consequentemente, na inflação. A Economia trabalha com um custo de R$ 20 bilhões anuais para desonerar o diesel. Ainda assim, há quem avalie que o governo corre o risco de morrer na praia abraçado nesta ideia. Com previsão de alta do barril e dólar caro, pode ser que a redução se perca entre novos reajustes da Petrobras, como aconteceu com a isenção temporária de PIS/Cofins para o diesel no início de 2021.
Equipe BAF – direto de Brasília