Outro problema da demora do ministro Bento Albuquerque em mexer no nó criado na Petrobras é a falta de tempo que o governo tem para escolher novos nomes. Neste caso, o Planalto vai ter de comer na mão de Paulo Guedes, sem ter a pessoa que queria na empresa. “Paulo Guedes tem nome para tudo”, ironizou o interlocutor presidencial. O Planalto está correndo contra o tempo. Os oito dias que restam até a data da assembleia geral ordinária da Petrobras, marcada para 13 de abril, são considerados insuficientes para que sejam feitas as checagens dos novos nomes indicados pelo Conselho de Compliance. Uma sugestão aventada por uma fonte, a ser ainda levada ao presidente, é tentar adiar essa assembleia em pelo menos uma semana. A fonte ressalvou que é preciso ver as implicações jurídicas e burocráticas disso. Com isso, a lista de conselheiros será trocada pela terceira vez, um fato inédito na empresa. O momento, explicou o interlocutor presidencial, é de expectativa total sobre o desenrolar dos fatos nas próximas horas. “O governo sabe que tem de ser rápido para resolver o imbróglio por causa dos seus reflexos econômicos, mas também políticos. O tempo trabalha contra o governo”, disse a fonte.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília