A deterioração fiscal dos países mais desenvolvidos, com aumentos relevantes dos volumes e custos das dívidas públicas, tem impacto nas curvas de juros e, portanto, preocupa os banqueiros centrais em todo o mundo. O cenário foi ressaltado por Roberto Campos Neto em evento do Credit Suisse-UBS. No caso do petróleo, os analistas estão atentos à possibilidade de o Irã provocar uma deterioração do conflito em Israel, mas, objetivamente, os baixos estoques nos Estados Unidos sinalizam que a pressão sobre os preços vai continuar. Na conjuntura doméstica, o presidente do BC citou que há surpresas positivas nas projeções de inflação por causa do comportamento da inflação corrente. Campos Neto reconheceu que cortar gastos no Brasil é muito mais complexo do que parece ser, mas as taxas de juros respondem positivamente quando há um plano consistente como, por exemplo, o teto de gastos ou o novo marco fiscal. Sobre a condução da política monetária, o presidente do BC reiterou que o ritmo de corte de 0,5 pp é adequado e será reavaliado na próxima reunião do Copom. Ele fez questão de esclarecer que, durante as recentes reuniões do FMI no Marrocos, não comentou a possibilidade de mudança nesse ritmo.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Marcelo Camargo/ABR