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Cautela eleitoral

O episódio que começou com a saída de Silva e Luna da presidência da Petrobras, passou pela decisão de Rodolfo Landim de deixar o Conselho de Administração e culminou com a desistência de Adriano Pires de assumir o comando da estatal foi classificada como uma “tempestade”, “quase um tsunami”, por um interlocutor no Planalto. Só não foi pior, na avaliação desta fonte, porque o problema foi solucionado de uma maneira rápida. O Planalto reconhece que o problema criado com as indicações inadequadas “não foi pequeno”. E a conta está sendo cobrada do ministro das Minas e Energia que está trabalhando nesta transição. Desde a semana passada, o Comitê de Compliance da Petrobras avisou ao MME que não poderia endossar o nome de nenhum dos dois. No caso de Landim, seu nome era um desejo do próprio presidente, que queria alguém que conhecesse a Petrobras por dentro e encontrasse alternativas para vencer a resistência dos técnicos de impedir a queda do preço dos combustíveis. Ainda sobre Landim, o presidente teria demorado a ser avisado de que ele tinha impedimentos por conta de problemas com o TCU, desde o tempo em que foi presidente da BR-Distribuidora. Essa demora o levou a indicar seu nome para a presidência do Conselho da estatal, um desgaste que o Planalto considera que poderia ter sido evitado. Neste caso, o presidente logo se convenceu de que não havia o que fazer a não ser abrir mão de Landim. No caso Pires, um interlocutor do presidente chegou a comentar que o governo até poderia tentar atropelar o conselho, por ter maioria dos votos. Mas foi advertido de que essa regra não se descumpre e que fato semelhante excluiu Bill Gates da Microsoft. Além disso, o presidente-candidato, que agora se preocupa com desgastes, foi lembrado que os fundos americanos, os diversos segmentos de investidores, rechaçariam a indicação por causa das advertências não ouvidas pelo governo. Seria uma gritaria muito grande, com possibilidade de estragos políticos. Fora que isso iria prejudicar demais a empresa, com grave queda nas suas ações e perda de valor de mercado, o que, em tempos de campanha, precisa ser levado em conta.

Tânia Monteiro – Direto de Brasília

Aras estava demais até para o vice

Ministro contava com respaldo de Lira