Roberto Campos Neto voltou a defender hoje que o Banco Central tenha autonomias administrativa e financeira, além da operacional prevista na Lei Complementar 179/2021. A recente greve dos funcionários do BC foi um exemplo dos limites da instituição porque a reivindicação de reposição das perdas provocadas pela inflação de dois dígitos não poderia ser atendida por decisão da diretoria do BC. Em 25 de março, Campos Neto participou de evento do BIS (Bank for International Settlements) e foi mais claro. Disse que o BC pode ser asfixiado financeiramente, o que nunca aconteceu, mas é possível. O ano eleitoral é o contexto que marca essas declarações. O ex-presidente Lula lidera as pesquisas de intenção de voto, mas, se eleito, terá de montar uma equipe econômica que já conta com Campos Neto à frente do BC. Se Jair Bolsonaro for reeleito, o ambiente político será mais conhecido para Campos Neto, mas a meta é conquistar a autonomia plena para a instituição que enfrenta desafios muito maiores como o de cumprir a meta de inflação e regular moedas digitais cujas transações crescem exponencialmente. Ele participou de sessão solene do Congresso em homenagem ao seu avô, o ex-senador e ex-deputado Roberto Campos. Citou que a criação do Banco Central, em 1964, garantia autonomia ampla à instituição, mas ela foi suprimida em 1967.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília