O presidente do Banco Central afirmou há pouco, em evento do Bradesco Asset Management, que a comunicação institucional da política monetária não dá previsão mais clara para a trajetória dos juros porque há muita incerteza. Ele reafirmou que a taxa ainda precisa ser restritiva, o cenário global se complicou e as próximas duas reuniões devem ter cortes de 0,5 pp. Isso é o que pode ser sinalizado. Roberto Campos Neto justificou que até lá o BC terá tempo para avaliar melhor o cenário global e a agenda do Congresso pode ajudar o fiscal. Ele disse que o Copom olha para o fiscal no âmbito das expectativas de inflação. Se há muita dúvida sobre o processo de desinflação no mundo e as taxas de juros nos EUA preocupam, o fiscal está mais solto nos países desenvolvidos. É razoável dizer que se o fiscal no Brasil piorar, aumenta o prêmio de risco, mas Campos Neto pondera que não é uma relação mecânica.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Lula Marques, Agência Brasil