O presidente do Banco Central acabou de participar de evento na UCLA e começou seus comentários afirmando que lamentou os ataques de 8 de janeiro em Brasília e espera que os responsáveis sejam punidos. Ele respondeu perguntas da plateia depois de repetir uma frequente apresentação sobre tokenização, PIX, real digital e integração disruptiva de serviços financeiros que devem mudar radicalmente o mercado que existe atualmente. Sobre a entrevista dada pelo presidente Lula ontem, Roberto Campos Neto respondeu à óbvia pergunta que certamente seria feita. O presidente do BC agiu diplomaticamente ao dizer que seu mandato está garantido a partir da vigência da Lei Complementar 179/2021. Ressaltou que Lula disse que Henrique Meirelles foi independente no comando do BC, mas que essa garantia não precisaria estar na lei. Para Campos Neto, o mercado estaria muito mais volátil se a lei não tivesse previsto a autonomia do BC no atual contexto político. Citou o exemplo do Peru, país que enfrenta turbulência política ainda mais intensa que a brasileira, mas o presidente do BC, Julio Velarde, mostra que a sociedade peruana ganha com a autonomia da autoridade monetária. Campos Neto afirmou que o Congresso aprovou a autonomia operacional do BC e, portanto, todos os que se envolveram nessa iniciativa devem estar felizes com o resultado.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Bernardo Caram