A equipe econômica tem acelerado os trabalhos para definir o novo arcabouço fiscal porque precisa dar um sinal consistente aos integrantes do Copom que se reúnem em 21 e 22 de março. A ideia é mostrar que o governo vai apresentar ao Congresso um plano que afaste, definitivamente, o temor de crescimento insustentável da dívida pública. Outra oportunidade que tem de ser aproveitada é a do decreto de programação orçamentária e financeira que, pelas normas legais, tem de ser divulgado até 21 de março. A ordem, no governo, é mostrar que a execução seguirá o equilíbrio das contas públicas. Na avaliação dos integrantes da equipe econômica, a desaceleração da atividade é um dado objetivo e relevante para ser considerado pelo Copom. O IBGE divulgou hoje que o crescimento do PIB em 2022 foi de 2,9%, pouco abaixo do que se esperava, mas consistente com a expectativa de menor ritmo em 2023. Há no radar o risco de recessão neste ano. Outro ponto é o do novo arcabouço fiscal que tem de ser convergente com os argumentos usados pelo BC ao justificar a Selic em 13,75% ao ano. Se tudo der certo nesse plano da equipe econômica, será possível ver sinais de redução da taxa de juros no segundo semestre.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
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