Voltou a ser discutida no Planalto e no Congresso a possibilidade de edição de um novo decreto de calamidade pública por conta da alta dos combustíveis. Apesar de o governo considerar que o decreto é uma alternativa para facilitar a concessão de subsídios, usando como argumento a guerra na Ucrânia, Bolsonaro quer terceirizar o problema, repassando para o Congresso a iniciativa de editar a medida. A ideia é contar com a boa vontade do presidente da Câmara, Arthur Lira, para que o decreto seja editado por lá. O problema será conseguir o mesmo apoio do Senado. O que conta a favor de Bolsonaro, neste momento, é que não é apenas ele que está buscando a reeleição, mas todos os deputados e, na opinião do governo, nenhum desses ousaria votar contra medidas que possam reduzir o preço dos combustíveis em um ano eleitoral. Só que, no Senado 54 parlamentares não precisam se reeleger agora. Com isso, eles podem ficar confortáveis em não querer colaborar com o governo.
Tânia Monteiro — Direto de Brasília