Hoje e amanhã será dia de fazer contas para tentar fechar o reajuste do funcionalismo público. O presidente Jair Bolsonaro pediu à Casa Civil e ao Ministério da Economia que encontrem uma brecha no orçamento para que ele possa conceder reajuste diferenciado para os servidores da área de segurança, aí incluídos Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e pessoal do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Bolsonaro está convencido de que seria muito ruim quebrar essa promessa com a categoria. O presidente queria mesmo melhorar o salário da PRF, mas sabe que não poderá mexer em um sem beneficiar as outras duas categorias.O reajuste linear de 5%, de acordo com um interlocutor do presidente, está definido. Neste momento, R$ 10 bilhões já estariam “separados” para bancar as novas despesas, sem especificar que ministérios terão recursos cortados para ajudar a bancar os aumentos. O Planalto sabe que poderá enfrentar pressão de outras categorias. Sabe também que poderá enfrentar questionamentos judiciais por concessão de reajuste diferenciado, mas acredita que não haja nenhum impedimento jurídico para fazer isso. Após anunciar o aumento, o presidente pretende sinalizar aos servidores que não houve brecha para melhorias salariais por conta da pandemia e da guerra. Mas reforçará que, em um segundo mandado, fará a reestruturações de carreiras.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília