O primeiro dia da greve dos funcionários do Banco Central e do Tesouro animou os dirigentes sindicais porque afastou o risco de fracasso da mobilização pela recomposição das perdas salariais provocadas pela inflação. Além disso, o que sustenta esses movimentos é a aposta no cumprimento da promessa do presidente Jair Bolsonaro que beneficiaria três carreiras policiais. Se esse argumento não existisse, provavelmente não haveria ameaças de paralisação. O BC informou que, por causa da greve, estão sem previsão as divulgações da pesquisa semanal Focus, a atualização dos indicadores econômicos (Indeco) e o relatório de poupança. Enquanto Bolsonaro mantiver viva a especulação sobre o privilégio prometido aos policiais federais, deve crescer o número de funcionários públicos engajados nas campanhas dos seus sindicatos, o que pode se espalhar para Receita Federal, fiscais agropecuários, CVM, TCU, Judiciário e muitas outras carreiras de Estado.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília