O Estado mínimo defendido por Paulo Guedes desagrada ao apetite político do Centrão e destoa do ideário centralizador do presidente Jair Bolsonaro, que prefere um Executivo forte que não seja atrapalhado pelo Congresso e pelo Supremo. A dinâmica política da campanha da reeleição conta com o Auxílio Brasil de R$ 400 mensais para 17 milhões de pessoas e ainda mira milhões de invisíveis que estão fora dos programas sociais. Nesse ambiente hostil, o ministro da Economia vai se adaptando. Ontem, Guedes disse que dar dinheiro diretamente aos mais pobres se subiu o gás de cozinha e a energia é “Friedman”. Na avaliação de Guedes, aprovar a Reforma Administrativa é a prioridade depois da PEC dos Precatórios e pediu ajuda aos parlamentares que conseguiram prorrogar a desoneração da folha para 17 setores. “Tem gente que acha que paralisar as reformas dá voto. É o contrário”, avisou o ministro. Resta saber o que o chefe dele acha dessa ideia. Até agora, Bolsonaro não gastou capital político para aprovar mudanças que reduzem gastos com o funcionalismo, mas são indigestas para deputados, senadores e eleitores.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília