O presidente do BNDES defende a nova política industrial ao afirmar que o Brasil tem excelentes oportunidades na transformação das cadeias produtivas decorrente da transição ecológica. Para Aloizio Mercadante, a briga para atrair investimentos é difícil porque Estados Unidos, China e União Europeia usam subsídios para convencer as indústrias a produzirem localmente. Apesar da briga desequilibrada, o Brasil tem enorme vantagem na sua matriz energética. Longas cadeias produtivas, como a automotiva, por exemplo, são para ele garantia de empregos, inovação tecnológica e competitividade. Em evento do BTG, Mercadante disse que está difícil criticar o BNDES e, por isso, os ataques usam os erros do passado. Ele prometeu que as políticas tão criticadas em 2008 não voltarão, mas admitiu que trabalha para o banco voltar ao protagonismo que teve no governo Fernando Henrique Cardoso. Ele deu vários exemplos das oportunidades que estão sendo aproveitadas. No caso da indústria automotiva, disse que o Brasil estava prestes a importar ônibus chineses, mas várias montadoras voltaram a apostar no país. Os carros híbridos a etanol são, na opinião dele, mais viáveis que os elétricos puros. Como 95% das exportações brasileiras usam navios para chegar aos destinos, nada mais racional do que apoiar a fabricação de motores com energia sustentável. O apoio do BNDES à Embraer está mais do que justificado para Mercadante que ironizou os que defendiam, há pouco tempo, que a empresa fosse vendida à Boeing.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
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