Um personagem que até então gozava de toda a confiança do presidente Jair Bolsonaro saiu chamuscado na crise da Petrobras: o ministro das Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque. Bolsonaro está “possesso” com Bento, a quem xingou com todo tipo de palavras no fim de semana, quando o problema estourou no seu colo. O presidente atribui a Bento a responsabilidade pela indicação de Adriano Pires e se irritou com a insistência do ministro na manutenção do nome dele, mesmo depois de um documento do comitê de compliance da Petrobras ter chegado ao Ministério e ao Planalto, informando da não recomendação pelo não cumprimento de regras para assumir a presidência da empresa. O presidente, que passou o fim de semana com essa “bomba nas mãos”, disse que ficou “vendido” com o que chamou de “amadorismo” do ministro, achando que poderia conseguir contornar os problemas das ligações de Pires com o mercado e suas empresas. Para o presidente “foi uma cagada generalizada”. Se fosse em outros tempos, até que as coisas poderiam ter tido outro desfecho. Mas, em ano eleitoral, o presidente-candidato não vai remar contra a maré e alimentar um escândalo na Petrobras por conta da indicação de alguém que não atende aos requisitos. No Planalto, um auxiliar do presidente chegou a citar que, mais uma vez, o ministro estava fora do Brasil em momento de nova crise no seu quintal.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília