A aprovação pelo Congresso de várias medidas que aumentam a arrecadação e, portanto, ajudam no esforço do cumprimento das metas de resultado primário foi elogiada pelo presidente do Banco Central. Roberto Campos Neto comentou hoje o relatório trimestral de inflação e ressaltou que a tendência é a de um cenário fiscal desancorado prejudicando as expectativas de inflação. Essa é a justificativa de a comunicação do BC reiterar que o importante é perseverar na busca da meta de resultado primário. Se há desancoragens gêmeas no Brasil – fiscal e monetária -, Campos Neto repetiu que não há uma relação mecânica entre elas. O relatório trimestral de inflação mostra que o desafio fiscal é indicado pelas expectativas de mercado que estão longe das metas anunciadas. Para 2024, a expectativa é de déficit primário de 0,8% do PIB, mas a meta é de equilíbrio entre receitas e despesas. Para 2025, déficit de 0,6%, mas o objetivo oficial é de superávit de 0,5%. Para 2026, o mercado espera déficit de 0,5%, mas a meta é de superávit de 1% do PIB. A pesquisa Focus revela expectativas de inflação de 3,5% para 2025, 2026 e 2027. Para 2024, ela é de 3,93%
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom, Agência Brasil