Bruno Serra, diretor do Banco Central, disse em palestra dada nesta tarde em Macaé-RJ que a confiança do consumidor mais pobre está subindo, o que mostra o acerto da política monetária que levou a Selic a 13,75% e provoca críticas reiteradas do presidente Lula. Serra afirmou que o nível atual da taxa de juros é o mais adequado para baixar a inflação e o mesmo BC baixou a Selic a 2% para estimular a demanda agregada durante a pandemia. O diretor de Política Monetária comentou que o pobre sofre mais com a inflação, mas o rico manda dinheiro para fora e se protege. Serra tem seu mandato se encerrando em 28 de fevereiro, mas pode ficar até que seu substituto seja aprovado pelo Senado. Ele alertou que o maior desafio é ancorar as expectativas de inflação e convencer os agentes de que a meta será cumprida. Ele negou que haja leniência do BC no aumento das expectativas mais longas e repetiu que a sociedade terá mais custos com essa desancoragem. O diretor defendeu a autonomia operacional, prevista em lei, e ressaltou que o BC serve ao Estado, não ao governo, o que beneficia a todos quando segrega os ciclos político e econômico. A autonomia do BC, na visão do diretor, foi um problema a menos na eleição do ano passado, cenário muito mais benigno que o das campanhas de 2002 e 2018, por exemplo.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
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