O governo desistiu de mudar a meta fiscal de 2024, mas há dúvida sobre como será o cumprimento desse objetivo de equilibrar gastos e arrecadação no ano que vem. Se o contingenciamento de despesas no início de 2024 ficar em R$ 23 bilhões, metade do que se calcula para cumprir a meta, a desconfiança vai prevalecer, com consequências diretas nas expectativas. Credibilidade é a mensagem mais importante para controlar as expectativas e, portanto, de nada adianta anunciar metas se a percepção é a de que não serão perseguidas. O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, apresentou emenda à LDO para garantir que as despesas tenham expansão real mínima de 0,6%. Pode parecer redundante com a norma do novo marco fiscal, mas a atitude reforça a interpretação de que o governo tem mais preocupação com o aumento dos gastos em um momento de incerteza quanto à elevação das receitas.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Mauro Pimentel, AFP