Para desgosto do ministro Paulo Guedes, o Copom mantém sua preocupação com o arcabouço fiscal. Na decisão de ontem, Fernanda Guardado e Renato Dias de Brito Gomes votaram por uma elevação residual de 0,25 ponto percentual. Há no comitê quem considere necessário elevar ainda mais a taxa básica de juros. Entre os riscos de alta da inflação, há maior persistência das pressões globais, incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal e estímulos adicionais que impliquem sustentação da demanda agregada, parcialmente incorporados nas expectativas de inflação e nos preços de ativos. Por fim, o BC vê o hiato do produto mais estreito que o utilizado atualmente pelo comitê em seu cenário de referência, em particular no mercado de trabalho. Por outro lado, entre os riscos de baixa, o Copom ressalta a queda adicional dos preços das commodities internacionais em moeda local, a desaceleração da atividade global mais acentuada do que a projetada e a manutenção dos cortes de impostos projetados para serem revertidos em 2023.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília