Os Ministérios da Agricultura e da Economia estão em uma ferrenha queda de braço para conseguir acertar qual será o volume de recursos para o Plano Safra 2022-2023. Os números em estudo na Agricultura estão na casa dos R$ 300 bilhões, 20% a mais do que o volume oferecido em 2021, quando o setor conseguiu R$ 251,22 bilhões para financiamento, custeio e comercialização da safra nacional. Estes mesmos estudos apontam que, deste total, R$ 20 bilhões seriam destinados à equalização da taxa de juros, contra os R$ 13 bilhões de 2021, que representaria mais de 50% de aumento. A expectativa da CNA é de que esses recursos cheguem a R$ 22 bilhões para a equalização. Mais um valor longe do horizonte do Ministério da Economia. Também está na previsão da Agricultura que as taxas de juros para os empréstimos no setor se mantenham abaixo de dois dígitos. Para a safra que se encerra agora em 30 de junho, as taxas utilizadas na equalização dos juros estavam entre 3% e 8,5% ao ano. Os números desejados pela Agricultura estão sendo considerados muito além das disponibilidades do caixa do governo. Inúmeras reuniões têm sido realizadas, inclusive com integrantes do Planalto, mas ainda parece estar longe de se chegar a um consenso. A definição dos valores está sendo esperada somente para as vésperas do anúncio do plano, ainda sem data, mas que não pode ultrapassar 30 de junho. Depois de muita queda de braço e polêmica no Congresso, Bolsonaro sancionou a lei que abriu crédito suplementar de R$ 868,5 milhões destinados à equalização de juros do Plano Safra 2021/2022, que está prestes a ser encerrado.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília