Desmentidos, duas notas à imprensa, duas entrevistas e promessas de aumento real do salário-mínimo e da remuneração dos servidores feitas pelo candidato à reeleição Jair Bolsonaro. Aparentemente, o tiro saiu pela culatra para quem defende a desindexação da economia. A quinta-feira foi tensa nos bastidores do governo porque faltam nove dias para a eleição e a agenda de Paulo Guedes, amigável aos empregadores, é tóxica para os empregados que votam. O Centrão sabe disso e, principalmente, Bolsonaro sabe que o momento é o pior possível para falar em “carteira de trabalho verde e amarela”, Reforma da Previdência, Reforma Administrativa e desindexação de salários e aposentadorias. Eleição impõe bondades e o Congresso colaborou com Bolsonaro neste ano. Em uma das notas à imprensa divulgadas no início da noite de ontem, o Ministério da Economia ressaltou uma frase de Guedes: “Não há mudança de regra agora. É o que está valendo. Ninguém vai mexer com o salário-mínimo e com os aposentados. Não tem isso de mudar regra para prejudicar o trabalhador”. O texto informou que está sendo estudada a possibilidade de reajustes reais, maiores do que a inflação acumulada no período.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Isac Nóbrega, PR