Os mais experientes técnicos da administração federal frequentemente alertam secretários, ministros e até o presidente da República sobre o desgaste que é imposto por greves e operações-padrão dos auditores da Receita Federal. O governo Lula está na iminência de agregar esse problema à extensa lista de desafios do fim do ano. Os problemas que o Executivo enfrenta na tramitação da LDO e da LOA convenceram os funcionários da Receita de que o governo não vai cumprir a promessa de pagar o bônus de desempenho no ano que vem. Eles recebem R$ 3 mil de maneira precária, mas um decreto publicado neste ano abriu a possibilidade de o valor triplicar com a regulamentação de uma lei de 2017. É uma antiga reivindicação da categoria que se revoltou quando os procuradores da Fazenda Nacional obtiveram vantagens remuneratórias. Nas carreiras de Estado, as diferenças são explosivas, mas o poder de barganha é grande. Até 20 de novembro, os auditores da Receita vão fazer três dias de operação-padrão na área aduaneira e devem parar as rotinas dos tributos internos. Depois de 20 de novembro, o cenário mais provável é o da greve por tempo indeterminado, o que também deve paralisar os julgamentos do Carf.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
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