A primeira reunião do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, com o presidente Lula serviu para um atestado de garantia da permanência do auxiliar no governo e um afago ao União Brasil. Como expressou o presidente da Câmara, Arthur Lira, ontem, o governo ainda não tem uma base para chamar de sua e prescindir de um partido como o UB, com 59 deputados, é uma temeridade. O Planalto sabe que não terá o apoio de todos esses parlamentares, mas tem que dar sinal de que quer tê-lo ao seu lado. O gesto de Lula também fez as lideranças do UB se expressarem em favor do ministro que, até então, estava apenas na cota do senador Davi Alcolumbre. A engenharia é ainda mais complexa à medida que uma fusão entre UB e PP é discutida abertamente. Tudo o que o governo não quer é que essa junção, que contaria com 108 representantes, tenha como presidente o senador Ciro Nogueira (PP-PI), oposição explícita a Lula. Por isso, a troca de gentilezas, neste momento, beneficia a todos.
Chico de Gois – Direto de Brasília
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