O ministro do MME, Alexandre Silveira, frustrou as expectativas do setor ao não anunciar qualquer medida de peso para combater os efeitos da crise hídrica.
Disse somente que podem ser feitas alterações, como autorizar maior geração em Belo Monte ou “estressar” mais as linhas de transmissão, sem dar detalhes e demonstrando incômodo em falar sobre tais medidas, que teriam sido apresentadas hoje e serão levadas ao presidente Lula.
A grande expectativa criada por ele durante duas semanas sobre um plano de contingência resultou apenas no anúncio da indicação da volta do horário de verão já em 2024, uma medida operativa simplória que não consegue dar conta do agravamento da crise hídrica e ainda terá de ser autorizada por Lula. A definição sobre o horário de verão ainda deve demorar mais 10 dias, disse. Silveira afirmou que não está convencido da necessidade do horário de verão, mas que a medida economizaria R$ 400 milhões dos consumidores de eletricidade no período, reduziria 2,5GW de geração e ajudaria operação de 2025.
A reunião extraordinária do CMSE foi realizada no Rio de Janeiro, na sede do ONS, onde Silveira batizou a Sala do Conselho com seu nome antes da reunião.
Algo inovador na reunião do CMSE foi a presença de Bruno Dantas, presidente do TCU, a convite do ministro, um gesto político e perigoso institucionalmente – já que coloca o CMSE e seus técnicos sob observação do TCU, uma prerrogativa que não existia até agora, já que o ONS, Aneel, MME e CCEE devem ser as autoridades sobre a operação elétrica e energética.
Equipe BAF – Direto de São Paulo
Foto: Tauan Alencar/Ministério de Minas e Energia