Depois de reunião com caciques do MDB e Lula, Gleisi Hoffmann disse que nada muda na estratégia de enfrentamento ao discurso ameaçador bolsonarista. Apesar de todas as evidências de que as atitudes são insuficientes diante da sanha presidencial, ela disse que vão continuar movendo ações na Justiça (fadadas à gaveta de Augusto Aras) e “articulações políticas e as mobilizações que já estamos fazendo nos Estados nas viagens do ex-presidente Lula”. Ou seja, nada de novo.Petistas analisam a postura de Gleisi de duas formas. A primeira é que faltam recursos para mobilizações em defesa da democracia e em apoio a Lula ao mesmo tempo. Então a opção é privilegiar Lula. A segunda, mais política, vai na linha adotada desde o início da pré-campanha de não cair na pauta imposta por Bolsonaro. Tudo o que Lula e o PT não querem é gastar o curto espaço de tempo da campanha formal discutindo urnas eletrônicas e ameaças de não reconhecimento do resultado, uma pauta estéril e que só atende ao bolsonarismo. Querem aproveitar os comícios e o tempo na TV para continuar falando do aumento da miséria, inflação, desemprego, empregos de baixa qualidade e das propostas para os quatro anos. A resposta às ameaças do adversário ficam por conta da sociedade civil e das instituições democráticas.
Ricardo Galhardo – Direto de São Paulo