A pesquisa qualitativa apresentada por Sidônio Palmeira à executiva do PT continua repercutindo no partido. Um dos pontos que mais chamou a atenção dos dirigentes foi sobre as novas relações de trabalho. Vários entrevistados disseram preferir o trabalho autônomo em aplicativos, nos quais alegaram ter mais autonomia do que um emprego com carteira assinada. A revelação pega fundo na alma do PT, partido fundado com bases no sindicalismo do século passado e que até hoje tem como uma das principais bandeiras a formalização do trabalho. Os resultados da pesquisa ainda não chegaram no ministro Luiz Marinho, mas estão na mesa de outros integrantes da Esplanada. Na CUT o debate já está avançado. Petistas avaliam que a legenda (e o governo Lula) terão obrigatoriamente que rever seus conceitos, sob o risco perder a conexão com a base. Essa nova visão sobre as relações de trabalho deve permear as discussões sobre a “contra-reforma” trabalhista que Lula prometeu fazer durante a campanha.
Ricardo Galhardo – Direto de Brasília
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
