Interlocutores de Lula dizem que as críticas ao Banco Central não vão parar com a viagem do presidente aos EUA. Ao contrário, as reclamações em relação à Selic de 13,75% tendem a se intensificar. De acordo com pessoas próximas a Lula, o foco das críticas deve ser o mandato duplo criado pela lei que instituiu a autonomia do BC. O mecanismo prevê que, além do controle da inflação, a instituição também tem entre suas obrigações a criação de empregos. Aliados de Lula dizem que o fato de o desemprego formal ter caído no ano passado não inviabiliza o argumento, já que a maioria das novas ocupações é de empregos precários, com baixa remuneração. Outro foco é o aumento da meta de inflação. Auxiliares do presidente dizem que a meta de 3% não é factível, pressiona o aumento dos juros e tem tudo para ser descumprida mais uma vez, a terceira no mandato de Campos Neto.
Ricardo Galhardo – Direto de São Paulo
Foto: Tomaz Silva, Agência Brasil