A manobra de Rosa Weber – que em raríssima decisão – não aceitou o pedido de arquivamento do inquérito contra Jair Bolsonaro por prevaricação tem um objetivo: aguardar o próximo PGR para que ele avalie o caso. Na prática, se negar a um pedido de arquivamento, além de extremamente raro, é contraproducente. Isso porque o PGR, hoje Augusto Aras, é o responsável por formular denúncias. Reavaliando as provas, conforme pedido de Weber, ele pode simplesmente propor novo arquivamento. Por isso, a jogada da ministra consistiu em não homologar o arquivamento para manter o inquérito vivo e permitir que um próximo PGR, talvez não tão ligado a Bolsonaro, possa avaliar o caso e decidir sobre a apresentação de uma denúncia.
Severino Motta – Direto de Brasília