Numa peculiar coincidência, a Corte disparou num mesmo dia diversos tiros contra o bolsonarismo. Edson Fachin fez discurso em que deixou clara uma aliança entre o chefe do Legislativo e do Judiciário para defesa da democracia, eleições e urnas eletrônicas. A mensagem foi a seguinte: Judiciário e Legislativo estão alinhados. Qualquer tentativa de uma hipotética ruptura institucional não contará com a participação deles. Luís Roberto Barroso atacou em duas frentes. Contra o chefe da nação e seus principais servidores ao prorrogar por mais 60 dias uma das investigações vindas da CPI da Covid. Por outro lado bateu no corporativismo da polícia e de sua bancada na Câmara. Manteve as condenações dos assassinos responsáveis pelo massacre no Carandiru. Por fim, Alexandre de Moraes mandou mais um recado aos políticos ao não permitir que casos já concluídos de improbidade administrativa sejam revistos devido à nova lei mais branda aprovada no Congresso. Daqui até o dia das eleições, Jair Bolsonaro deverá ter mais problemas com a lei em diversos flancos.
Severino Motta – Direto de Brasília