Em meio a citações de pastores e experiências na igreja, André Mendonça está usando, até agora, o garantismo judicial como principal arma para tentar obter os votos dos senadores. Está batendo na tecla que não se pode criminalizar a política, que delações premiadas não são prova e sequer podem ser consideradas acusações. Diz que alguns casos chamados de corrupção às vezes são somente “erros” cometidos. Cita que os fins não justificam os meios e que nunca nada que pudesse prejudicar a imagem de alguém vazou na AGU. Na pratica, está dizendo que a blindagem que havia para políticos antes da Lava Jato, e que vem paulatinamente retornando, deve ser o modelo a vigorar. Além disso, tenta esconder suas próprias contradições. Se diz defensor da liberdade de imprensa e expressão e tenta fazer parecer que nem queria usar a Lei de Segurança Nacional para processar cidadãos e jornalistas que criticaram o presidente. “Se não o fizesse incorreria no crime de prevaricação”. Se diz defensor do Meio Ambiente, mas não cita que o sistema que criou para multas do IBAMA travou as reprimendas e o desmatamento aumentou. Em outros temas, desvia de perguntas alegando que o caso está judicializado, como na questão do decreto de armas e marco temporal para demarcação de terras indígenas. O clima na sabatina é de morno para frio, mas, por enquanto, André está agradando os senadores.
Severino Motta – Direto de Brasília