O general Walter Braga Netto tentou, mas não conseguiu reverter a decisão do ministro Alexandre de Moraes de permitir a transmissão pela TV Justiça dos interrogatórios dos réus do núcleo 1 da ação que trata da tentativa de golpe de Estado. O ministro do STF alegou que o réu não conseguiu provar o prejuízo de se publicizar os depoimentos.
A exposição dos réus em tempo real faz parte da estratégia de convencer a opinião pública de que a ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados não é perseguição política. Assim foi na Operação Lava Jato, com a diferença de que não havia transmissão ao vivo da TV Justiça, mas divulgação dos vídeos poucas horas depois.
A espetacularização está rendendo mobilização da esquerda nas redes sociais e o depoimento do ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, ocupou a grade televisiva dos programas jornalísticos e as manchetes dos sites. De forma contundente, Cid confirmou seus depoimentos anteriores e na presença do ex-chefe.
No dia seguinte aos desdobramentos da negociação sobre a revogação do decreto do IOF, o governo se beneficia do encontro de Bolsonaro com Moraes no tribunal, que tem potencial de ofuscar a repercussão negativa do pacote anunciado por Fernando Haddad no noticiário.
Equipe BAF – Direto de Brasília
Foto: Gustavo Moreno/STF
