A decisão do STF sobre o transporte público não é uma garantia de redução da abstenção no segundo turno. A Corte permitiu que prefeitos e governadores, se quiserem, ampliem a frota e a circulação dos ônibus no domingo. No caso, a força política e vontade dos chefes municipais e estaduais vai determinar um possível aumento dos votos no candidato da oposição, que detém a maioria do eleitorado pobre das periferias. Caberá às campanhas a articulação com prefeitos para ver quem aumentará a frota ou, no caso de parte dos aliados de Jair Bolsonaro, reduzir a quantidade de ônibus. Uma eventual e disfarçada redução do transporte público no domingo eleitoral tem extrema importância para Bolsonaro. Com eleitorado concentrado na classe média, pode perder votos devido aos feriados próximos ao pleito, quando muitos de seus eleitores costumam viajar.
Severino Motta – Direto de Brasília
Foto: Hmenon Oliveira