A defesa de Jair Bolsonaro junto ao TSE no processo que trata do encontro com embaixadores de outros países coloca o tribunal numa saia justa. Quão longe pode ir a subjetividade de um magistrado? Na peça, a defesa diz que o presidente simplesmente fez um ato de governo para conversar com outros países. Quem conhece Bolsonaro tende a acreditar que tudo faz parte de um suposto projeto de tumultuar as eleições e de alguma forma ampliar seu mandato numa ruptura institucional. Como provar algo que só é possível entrando na cabeça de uma pessoa? Além da dificuldade prática de enquadrar o presidente na antecipação da campanha, ainda temos Augusto Aras para filtrar os processos contra o chefe da nação. E se em casos em que evidências não faltavam o PGR os mandou para o arquivo, esse não precisará nem das argumentações que causam estranheza aos ministros do Supremo para ser derrubado.
Severino Motta – Direto de Brasília