O presidente Jair Bolsonaro embarcou para Londres acreditando que não se conseguiria uma solução consensual e rápida para garantir o pagamento do reajuste do piso salarial dos enfermeiros, que foi brecado pelo STF. O Planalto, no entanto, considera esta uma questão a ser resolvida pelo Congresso. O senador Rodrigo Pacheco, que está exercendo interinamente a Presidência da República até a noite de terça-feira, convocou uma reunião extraordinária de líderes para tratar do assunto. Apesar das críticas de todos os lados à suspensão do aumento, entre os governistas, há um ponto positivo politicamente com a decisão pelo STF. Segundo assessores, a “tão abstrata interferência indevida e ativismo judicial do Supremo fica real e concreta para os eleitores em geral”, já que o STF suspendeu o aumento deles, sendo que este não é um assunto constitucional. Com isso, todos passariam a entender “do que Bolsonaro reclama quando critica a interferência do Supremo”. De acordo com interlocutores do presidente, o objetivo da suspensão do pagamento pelo Supremo é prejudicar o presidente Bolsonaro e sua campanha. O pagamento do novo salário começaria a ser feito neste mês e, de alguma forma, sua campanha seria beneficiada. Com a suspensão do pagamento, o STF evitou o que seria mais um impacto positivo na economia faltando um mês para as eleições.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília