Ganhar a eleição no Rio de Janeiro, “de lavada”, contra o candidato do PSB, Marcelo Freixo, é uma “questão de honra” para os bolsonaristas. Só que as últimas pesquisas indicam que Freixo está na frente do candidato apoiado pelo presidente, o governador Cláudio Castro (PL), que concorre à reeleição. Elas mostram que, depois de Lula e o PSB terem se acertado, Freixo ganharia no segundo turno de Castro. Mas a retórica entre os bolsonaristas é outra. “Vamos atropelar a esquerda no Rio”, tem repetido o senador Flávio Bolsonaro, um dos coordenadores da campanha presidencial à reeleição. O senador é um dos mais empenhados na eleição de Castro, que se aproximou dos filhos do presidente, se filiou ao mesmo partido dele e tem sido assíduo frequentador do Planalto recentemente. No xadrez da composição eleitoral, Cláudio Castro é visto como um homem que tem forte relação com a Igreja Católica e apoio de conservadores e religiosos. A Igreja Católica é um dos redutos de Lula que os bolsonaristas querem avançar, sem abrir mão, no entanto, dos eleitores evangélicos. Bolsonaro espera a ajuda na mobilização dos evangélicos pelo ex-senador Marcelo Crivella , que chegou a ter seu nome indicado para a embaixada do Brasil na África do Sul, mas que não conseguiu o aceite pelo governo daquele país, obrigando o Brasil a retirar sua nomeação. Entre as estratégias dos bolsonaristas para tentar minar o crescimento de Freixo e Lula no Estado é trabalhar fortemente o interior do Rio e a periferia da capital, onde os petistas também disputam eleitorado.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília