Diferentemente do tom agressivo e dos arroubos que costuma ter em outras ocasiões, o presidente Jair Bolsonaro publicou 3 tweets rebatendo a operação do PF contra empresários bolsonaristas, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, mas sem citá-lo. Toda operação de resposta de Bolsonaro a Moraes foi feita a várias mãos e muito pensada para que não houvesse personificação contra Moraes e nem prejuízo à campanha. A decisão de publicar no Twitter a afirmação de que “respeitar a democracia é muito diferente de assinar uma “cartinha” e que “honrar a Constituição é o que diferencia democratas de demagogos”, foi fruto de uma ampla discussão com integrantes do governo e da campanha. Tudo foi milimetricamente pensado para que não se provocasse um novo atrito. De acordo com fontes ouvidas pelo BAF, Bolsonaro fez questão de reiterar a “liberdade de expressão”, já que se queixa das ações contra o deputado Daniel Silveira. As manifestações de diversos segmentos contra a decisão de Moraes, inclusive por juristas, reforçaram a tese dos aliados de Bolsonaro e do próprio presidente de que ele precisava se posicionar. A ideia inicial era não falar para evitar confronto. Mas o presidente estava inconformado e entendia que precisava se manifestar. Daí a operação para montar estas manifestações públicas. Desde terça feira, quando a operação foi desencadeada, fontes do governo diziam que a relação entre os dois tinha azedado. No Planalto, todos alegam que não há provas contundentes contra os que foram alvo da operação.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília