O nó que Jair Bolsonaro deu no STF com o perdão a Daniel Silveira vai render uma série de ‘boas notícias’ para a militância que defende sua reeleição. A Corte está numa daquelas situações onde não tem para onde correr. Rosa Weber, que relata ações contra o ato de graça, fez algo de praxe para a instrução dos processos: pediu informações sobre o decreto. O problema é que a Constituição dá liberdade total ao presidente para a concessão de perdão. Bolsonaro não precisa se justificar e nem dar explicações para ninguém. Quando a AGU enviar sua manifestação ao STF dirá que não cabe à Corte ficar questionando o presidente. Ou seja, vai mandar uma espécie de ‘fiquem quietos aí’ e depois assistirá ao tribunal validar o ato. Para evitar tal situação, melhor seria Weber ter arquivado as reclamações contra o perdão, matando o assunto num único dia e evitando o prolongamento da crise que só faz render frutos políticos para o presidente. Só que a ministra é por demais formalista para mudar procedimentos. Com sua narrativa antiestablishment, o bolsonarismo cresce sempre que derrota aqueles que agem de forma institucional.
Severino Motta – Direto de Brasília
