Parlamentares da base bolsonarista no Congresso que estiveram nesta semana com Jair Bolsonaro não escondem o desânimo com as movimentações em Brasília e já admitem que o atual presidente não terá capacidade de liderar a direita que se consolidou nas urnas. Em jantar com a bancada do PL, Bolsonaro não deu indicativos sobre seu futuro. A leitura de aliados de primeira hora de Bolsonaro é que se Lula colocar em prática toda sua capacidade de articulação, conseguirá formar uma base com aproximadamente 300 deputados logo na largada do novo governo. Ontem, o PSD do Senado já se rendeu aos argumentos do petista e anunciou que vai apoiar a PEC da Transição. Na avaliação de deputados experientes, se em dois anos Lula conseguir “mostrar serviço”, metade do PP e do PL será “cooptada”. Neste cenário, a aposta será no bom desempenho de Tarcísio de Freitas em São Paulo. Conservador e moderado, Tarcísio é visto como potencial novo líder da direita nacional. Os bolsonaristas vão observar agora como o novo governador de São Paulo agirá para que não seja “tutelado” por Gilberto Kassab, o secretário empoderado da era “pós-tucana”.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
Foto: Alan Santos, PR