O presidente Jair Bolsonaro quer usar o poder que está dando ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para colocá-lo à frente da nova batalha que quer travar: o aprofundamento da polarização no campo econômico na campanha eleitoral. Bolsonaro quer colocar a economia no centro do debate, mas mirando no que poderá ser feito no futuro por ele em comparação com o PT. Com isso, deixa de lado o que o petismo tem atacado, que são seus três anos de governo (com alta da inflação e aumento do desemprego). A estratégia é mostrar o que o governo Bolsonaro pode fazer a mais nos próximos quatro anos de governo. Neste caso, o andamento da privatização da Eletrobras dá força ao discurso bolsonarista. Paulo Guedes será o principal defensor desta narrativa. Bolsonaro e seu entorno querem apresentar a quem vai votar o questionamento: que Brasil, você eleitor, quer para o futuro? Quer estatização e inchaço de empresas públicas, beneficiando apenas seus servidores e propiciando os desvios verificados na administração petista? Ou quer um Brasil privatista, que está vendendo a Eletrobras para permitir mais investimentos no setor e energia mais barata e vender a Petrobras, que foi saqueada no governo Lula, e ter dinheiro para investir em uma série de projetos para o desenvolvimento do País, inclusive criando um fundo soberano para isso? Guedes já fez alguns ensaios com este discurso. E a intenção é intensificar isso. A ideia da equipe bolsonarista é reforçar que até agora os petistas não apresentaram nada para melhorar a economia e não têm boas ideias. E este governo tem resultados apresentados, apesar de todos os percalços que enfrenta.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília