Continua sendo uma das maiores preocupações do grupo palaciano a guerra com o TSE e as ameaças dos ministros de banir o presidente das redes sociais, assim como tirarem do ar o Telegram, onde Bolsonaro tem mais de um milhão de contatos. No entanto, se Bolsonaro sofrer revés judicial em suas redes, até o momento ainda não há uma estratégia de ação. Os interlocutores não conseguem pensar em um plano B eficiente para garantir esse contato direto com o seu eleitorado e a replicação das mensagens, como fazem hoje não só pelo Telegram, mas também pelo WhatsApp. A única medida efetiva adotada até agora foi a contratação do advogado Tarcísio Vieira de Carvalho, ex-ministro do TSE, para defender o presidente e sua campanha. O discurso da vitimização será adotado, segundo um dos interlocutores do presidente, mas isso não será suficiente. Estes integrantes do governo estão apostando, no entanto, que os ministros não seriam capazes de um ato considerado por eles antidemocrático de banir do País uma rede social, criando um precedente histórico que eles chamam de “autoritário gravíssimo”. Apostam que não iriam prejudicar todos os demais usuários do País do Telegram, por exemplo, para impedir que o presidente Bolsonaro se comunique com seus seguidores.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília