A Procuradoria Geral da República decidiu pedir ao STF a inclusão do nome do ex-presidente Jair Bolsonaro na investigação sobre atos terroristas ocorridos no último domingo em Brasília. O procurador-geral Augusto Aras estava sofrendo pressão para estender a investigação ao ex-mandatário por suposta incitação às manifestações. Isso deixará Bolsonaro numa situação jurídica complicada. Caberá à presidente do STF, Rosa Weber, decidir se aceita ou não o pedido – e a probabilidade é que ela aceite, o que pode, em tese, abrir o caminho para torna-lo inelegível mais à frente. Aras, que é prático, resolveu ceder às pressões porque vê os olhos dos agentes públicos – desde a Presidência da República, passando pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e praticamente todo o STF – voltados contra ele e acusando-o de inação, que poderia lhe render um processo. Politicamente, essa nova situação terá desdobramentos, inclusive no Congresso. O apoio dos presidentes das duas Casas passa a ser ainda mais importante para o governo para poder escantear os deputados e senadores mais radicais.
Chico de Gois – Direto de Brasília
Foto: Ueslei Marcelino, Reuters