O presidente Jair Bolsonaro pressiona seus ministros para uma medida que reduza o desgaste político dos altos preços dos combustíveis, mas todas as soluções exigem gastar muito capital político no Congresso. A ideia da calamidade pública para subsidiar combustíveis não combina com o discurso da recuperação econômica. Nota divulgada ontem pelo Ministério da Economia informou que “o resultado do PIB do 1T22 mostra a continuidade da recuperação da atividade econômica, mesmo com os impactos do conflito do Leste Europeu e os efeitos remanescentes da pandemia”. Em outro trecho, o ME afirmou que “o crescimento de longo prazo da economia brasileira depende fundamentalmente da consolidação fiscal (redução da relação dívida/PIB) e de uma agenda de reformas pró-mercado: abertura econômica e privatizações entre outras mudanças. Aprovar uma PEC que siga o roteiro do início da pandemia para autorizar despesas fora do teto, parece ser, neste momento, hipótese que custa muito capital político mas, por outro lado, reduz o risco de confronto judicial. Muitos auxiliares de Bolsonaro acreditam que uma nova PEC extratexto é uma opção mais convincente que a calamidade.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília