Depois dos ruídos causados pelo fato de ter anunciado o acordo com a OAB sobre a MP do CARF antes de negociar a medida com os caciques do Congresso, Fernando Haddad quer incluir as lideranças da Câmara e do Senado nas articulações. Haddad está ciente de que o projeto não vinga sem apoio no Congresso, até porque a mudança em relação ao voto de qualidade que o ministro quer reverter foi aprovada pelos parlamentares. A ideia é atuar em parceria com Alexandre Padilha que, segundo assessores, tem diálogo permanente tanto com Haddad quanto com Arthur Lira, Rodrigo Pacheco e os líderes dos partidos aliados. Não é verdade que Haddad tenha excluído os parlamentares das conversas. Em pelo menos quatro reuniões (duas com as bancadas do PT e duas com os líderes aliados) na semana passada, ele pediu apoio à MP. Além disso, comunicou pessoalmente ao presidente Lula cada passo da articulação. Segundo pessoas próximas a Haddad, o STF deve dar as últimos sugestões. Haddad disse a auxiliares que está disposto a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para negociar a MP com os líderes do Parlamento e citou como exemplo sua atuação na PEC da Transição, quando chegou a ir à casa de Lira para fechar o acordo. Isso só não aconteceu antes porque Haddad queria aparar arestas com a OAB, que tem uma ação sobre o tema no STF, antes de abrir a discussão.
Ricardo Galhardo – Direto de São Paulo
Foto: Tom Molina, FotoArena, Estadão Conteúdo