Interlocutores do ministro Fernando Haddad avaliam que a proposta do novo arcabouço fiscal vai ser criticada por integrantes do governo, mas, por outro lado, confiam que o presidente Lula tem sensibilidade suficiente para superar o fogo amigo da ala política. No âmbito econômico, a ansiedade manifestada publicamente por Lula é a de pressionar o Banco Central para reduzir os juros e, dessa forma, dar sinais positivos para o crescimento econômico o mais rapidamente possível. Essa equação depende de o governo mostrar ao BC que as contas públicas terão trajetória sustentável e o arcabouço não pode contornar algum limite para o crescimento do gasto. Para esses interlocutores de Haddad, o desempenho do ministro nas negociações da PEC da Transição, na tributação dos combustíveis, no reajuste do salário-mínimo e na correção da tabela do Imposto de Renda são exemplos suficientes, em curto período, da sensibilidade de Lula às soluções propostas pela Fazenda.
Ricardo Galhardo e Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
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