A briga entre o ministro do MME, Alexandre Silveira, e a Aneel vai tomando novos contornos, com o ministro mandando ofício à agência no qual ameaça “intervir” no órgão.
Na correspondência – que foi enviada um dia após a Aneel divulgar que a redução da conta de luz média será de somente 1,8% com a MP 1212 – o ministro cita os atrasos da Aneel que estariam impedindo o MME de seguir com seu trabalho, entre eles a publicação das minutas de Contratos de Energia de Reserva (CER) das termelétricas vendidas para a JBS. Porém, há outros atrasos setoriais que não dependem da Aneel e que inquietam o setor, como a publicação das diretrizes do leilão de capacidade e leilões de energia nova, a reforma setorial, entre outros pontos.
Silveira também não indicou nome de substituto para o quinto diretor da Aneel, o que já causa problemas para que a diretoria colegiada delibere sobre temas polêmicos, com empate.
A elevação do tom de Silveira também chega junto com o avanço da estação seca, que demanda gestão setorial apurada e entendimento do papel de cada órgão. Mais térmicas entrarão em operação, haverá necessidade de acionar a bandeira tarifária, enquanto a promessa de entregar ao Palácio do Planalto uma redução da conta de luz vai se mostrando menor que o esperado.
Do lado da Aneel, com o fim da operação-padrão causada pelo movimento por aumento salarial, espera-se avanço em alguns assuntos, porém outros ainda seguirão impedidos de serem votados sem o quinto diretor.
Equipe BAF – Direto de São Paulo
Foto: Tauan Alencar, MME