Após participar de evento em Brasília, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, apontou para um novo culpado para o alto custo do gás natural no Brasil, um tema que inquieta a indústria: o alto custo do escoamento offshore. A conta alta recai sobre a Petrobras, a principal usuária e operadora das três rotas de escoamento de gás de campos offshore, mas também as suas sócias no pré-sal, como Shell e Equinor. Silveira afirma que é preciso regulamentar o escoamento de gás para que se tenha transparência nas tarifas, assim como ocorre com o transporte de gás em terra. O ministro expôs os custos como forma de pressionar por redução nos custos de escoamento, um argumento que recai contra a Petrobras. Segundo Silveira, o gás na boca do poço offshore custa US$ 2,86/mnBtu, mas que o transporte no gasoduto de escoamento mais processamento custa US$ 9,22/mnBtu, por “falta de regulação” e que o transporte em terra custa US$ 2/mnBtu, o que daria espaço para uma redução de custo de escoamento de cerca de US$ 7/mnBtu. Pela regra de bolso do setor, custos offshore são sempre o dobro de custos onshore, o que mesmo assim, daria espaço para que o custo do escoamento caísse pela metade.
Flávia Pierry – Direto de São Paulo
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