Na reunião desta semana da diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), amanhã, está na pauta a revisão tarifária extraordinária da distribuidora Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), pertencente ao grupo Equatorial. O assunto volta à pauta mais de três meses após a área técnica da Aneel ter feito as contas e averiguado que seria necessário realizar um aumento médio de 44% nas tarifas. A Aneel traz o tema antes de o Ministério de Minas e Energia (MME) ter conseguido encaminhar uma solução para evitar que esse impacto chegasse às contas de luz dos amapaenses: foi prometida pela ministro Alexandre Silveira em diversas ocasiões desde o começo do ano uma Medida Provisória (MP) para que o aumento da tarifa no Estado ficasse dentro da média nacional, que não saiu. Para isso, uma das ideias seria utilizar fundos da privatização da Eletrobras para antecipar recursos e amortizar dívidas pagas em encargos por todos os consumidores. Mas a MP empacou: há relatos de que não está fácil retirar recursos da região Nordeste para esse fim, objetivo de um dos fundos. A MP não deve mesmo sair até amanhã, informou uma fonte ao BAF, e os diretores vão endereçar o assunto ao vivo na reunião de amanhã. Na Aneel, há pressão por parte da Equatorial para que uma solução seja dada: a empresa requisitou uma solução pois o atraso na indefinição está prejudicando o caixa. O MME perde mais uma chance de pilotar um assunto com forte viés político.
Flávia Pierry – Direto de São Paulo
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