A Eletronuclar abriu consulta pública para contratar consórcio que construa a Usina Nuclear Angra 3, que já consumiu quase R$ 8 bilhões e não saiu do papel – estima-se que sejam necessários outros R$ 18 bilhões aproximadamente para que isso ocorra. A construção da usina será feita por empresa nacional ou internacional, que comprove, entre outros pontos, patrimônio líquido de R$ 1,2 bilhão no mínimo. Será vencedor da licitação quem fizer a obra com menor preço. Uma das empresas de energia nuclear que se aproxima do mercado brasileiro é a russa Rosatom, que deve ser uma das competidoras. Mas, mesmo se a obra for concluída, equacionar os preços de energia de Angra 3 não será tarefa fácil. A venda da energia a ser gerada já está garantida, com contrato como energia de reserva (será paga por todos os consumidores, como encargos, encarecendo a conta de todos). Mas, diversos pontos desse contrato precisarão ser revistos, como valor da energia, prazo, condições acessórias, penalidades. Tudo isso terá de ser decidido pelo governo federal, possivelmente em uma resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Com o preço da eletricidade baixo, que já dificulta a realização de investimentos até mesmo em geração eólica, será difícil tornar economicamente eficiente a geração de uma usina nova, custando quase R$ 30 bilhões.
Flávia Pierry – Direto de São Paulo
Foto: Divulgação/Eletrobras