O Ministério de Minas e Energia (MME) abriu consulta hoje para o leilão de reserva de capacidade, que também foi comparado a um “leilão de flexibilidade” por especialistas, com data prevista para ocorrer em agosto deste ano. A proposta do leilão traz mudanças na remuneração pela energia, que será feita pelo PLD horário do momento de injeção da energia, em alguns casos, que pode ser inferior ao CVU do empreendimento. O objetivo dessa alteração é evitar aumentar os encargos rateados entre todo os consumidores, uma preocupação crescente no governo. Outra novidade é a flexibilidade de 100% das usinas, contra flexibilidade de 30% no outro certame do tipo. Isso é salutar para evitar que os consumidores paguem mais por energia contratada que obrigatoriamente tem de ser despachada, mesmo a custos altos. Mas, pode elevar o preço da energia já que termelétricas costumam ter contratos de combustível com cláusulas de “take or pay”. O leilão traz três produtos, com início em julho de 2027 ou 2027, e sete ou quinze anos de duração. Porém, especialista consultado pelo BAF aponta para o risco de que a oferta de mais produtos reduza a liquidez do leilão. Podem ofertar energia geradores termelétricos (novos ou existentes), e pela primeira vez neste tipo de leilão podem ser contratadas usinas hidrelétricas, através de obras de ampliação da capacidade. A proposta, apesar de interessante, pode ter poucos interessados, pois os prazos de início de entrega são exíguos para ampliação de usinas, avalia o especialista.
Flávia Pierry – Direto de São Paulo
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